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Declaração de Sócrates - artigo de opinião

O primeiro-ministro português fez ontem (mais) uma declaração ao país. José Sócrates negou estar envolvido nas polémicas que estão na ordem do dia sobre a liberdade de impressa e a forma de controlar a Comunicação Social. Nas suas palavras ouviu-se dizer: "Nem o Governo nem eu próprio, temos, nem tivemos, um plano para controlar ou condicionar os órgãos de comunicação social em Portugal". Sendo assim porque é que a Manuela Moura Guedes não está actualmente em antena com o Jornal de Sexta-feira? Também José Manuel Fernandes foi peremptório ao afirmar que na altura em que era director do Público existia uma relação doentia e complicada por parte do primeiro-ministro com o jornal.
 
O Chefe de Estado referiu ainda que "todos os portugueses são testemunhas de que temos em Portugal uma comunicação social livre, onde diariamente se exprimem, sem qualquer condicionamento, as mais diferentes e diversas correntes de opinião". Então porque é que o director do Jornal de Notícias recusou publicar a crónica de Mário Crespo onde denunciava que Sócrates queria "eliminar o problema" chamado Mário Crespo?

Em relação ao segredo de justiça Sócrates afirmou: "condeno e repudio as violações do segredo de justiça e a divulgação criminosa de escutas". Mas se as escutas que o jornal Sol publicou forem, de facto, verdadeiras, então poder-se-á afirmar que Sócrates ordenou uma operação escandalosa, usando para isso todos os meios, cometendo um crime gravíssimo.

Com tudo isto ainda houve tempo para propaganda política do seu governo minoritário: "O Governo está empenhado em servir o País no quadro político que o eleitorado escolheu, cumprindo o programa que venceu as eleições. É isso que me move: contribuir para a estabilidade, defender o interesse nacional, assegurar a governação, conduzir o País para a recuperação económica".

Artigo de opinião de André Lopes
Foto de Alberto Frias