Tudo preparado para mais um dia de festival. O último dia do Festival do Crato, a 27 de Agosto, já deixa no ar um sentimento de nostálgia. Gotan Project, Legendary TigerMan e Marcelinho da Lua fecham a edição de 2011 da melhor maneira. Mais uma vez vê-se pessoas de todas a idades, mostrando que este evento serve para todas a idades e gostos. Como chego mais tarde ao Crato, noto mais gente pela vila e tenho mais dificuldade em estacionar o carro. O passe de entrada continua no pulso, já com algumas mazelas e, mais uma vez, o segurança mal olha para ele. O passe de quatro dias é cor de laranja e os bilhetes diários, também em forma de pulseira, têm cada dia uma nova cor. A deste último dia é amarelo. Dou um salto até à zona da restauração, onde é quase impossível movimentarmo-nos. Vejo colegas de Lisboa que fizeram centenas de quilómetros de propósito para ver os Gotan Project e claro, conheçer a região e o ambiente do festival.
Nota-se o recinto mais cheio no primeiro concerto da noite - David Almeida "grupe, uma banda local e que consegue captar alguma reacção do público presente. Aproximo-me mais do palco para ver o Legendary Tiger Man, personagem incorporado por Paulo Furtado, mentor da banda Wraygunn. Sozinho em palco, com uma bateria e várias guitarras, o cantor apresentou o seu mais recente álbum "Femina", composto apenas por vezes femininas. Pouco falador, Tiger Man brincou com o público, mostrando as funcionalidades de um "aparelho" que tinha junto a si, que transformava o som da guitarra. Pediu que gritassem o seu nome e que lhe dessem carinho e atenção e o público do Crato não ficou indiferente ao pedido.
Muda-se de concerto e o recinto transforma-se e prepara-se para receber mais uma banda. Desta vez, a banda é francesa e veio a Portugal para dois concertos, um no Crato e outro, no dia seguinte, no Porto. Refiro-me aos aclamados Gotan Project, uma mescla de sonoridades latinas mais sólidas e as batidas eletrónicas mais dançáveis.
Após cumprimentarem a plateia, os Gotan Project - Philippe Solal, Eduardo Makaroff e Cristoph Müller, trio que encabeça a banda - deram o mote para o concerto de apresentação do mais recente disco “Tango 3.0”, mas em revista tocaram temas de discos anteriores como "La Revancha Del Tango" e "Lunático". Cerca de uma hora depois os músicos deixaram o palco, despedindo-se do público. Mas depressa regressaram entre aplausos e gritos, para mais três músicas, começando por Mil Milones, onde Cristina Villalonga cantou de megafone, seguida por Peligro, durante a qual pediu ao público para bailar com ela, finalizando com Santa María (Del Buen Ayre), uma das canções mais esperadas da noite e que levou o festival ao rubro.
Marcelinho da Lua fecharia a noite e o programa musical do Festival do Crato 2011.No recinto ficam apenas memórias de quatro dias de festa com a promessa de uma próxima edição tão boa ou melhor que esta. Vamos esperar para ver. Ainda é cedo para pensar nisso. Resta deixar-me levar pelas saudades de toda esta mística do Festival do Crato. Até lá...
Fotos:
Ambiente do recinto do Festival
Concerto dos Gotan Project