No âmbito dos 30 anos de elevação de
Torres Novas a cidade, será apresentado, no próximo domingo, dia 13 de
dezembro, no foyer do Teatro Virgínia, pelas 15h30 horas, um novo número
da revista de cultura do município de Torres Novas, "Nova Augusta".
A presente edição inclui um trabalho de Maria da
Conceição Geada e António Carlos Geada sobre o enorme conflito aberto
entre as comunidades de Alqueidão e Pedrógão, na sequência da passagem
da sede de freguesia, em 1876, para esta aldeia, uma perda irreparável
para a histórica e secular freguesia de Santa Maria de Alqueidão.
Outro
artigo de inegável interesse, da autoria de Manuel Poitout, sobre a ação
de grupos de guerrilha durante as Invasões Francesas na região, dá
conta da coragem de pequenos grupos de combatentes furtivos contra o
colossal exército de ocupação. António Mário Santos dá mais um
contributo para a história do republicanismo em Torres Novas e Francisco
Canais Rocha, em texto póstumo, disserta sobre Humberto Delgado e as
eleições de 1958. Gabriel Feitor aborda os solavancos do PREC em
Alcanena, enquanto Carlos Trincão Marques recorda as movimentações
associativas em Torres Novas, imediatamente anteriores à revolução de
abril.
Do Entroncamento chega um interessante dossier sobre aspetos
históricos e sociais do complexo ferroviário da cidade vizinha, com
contribuições de Henrique Leal, Carlos Barbosa Ferreira, Manuela Poitout
e Luís Filipe Lopes. Noutras áreas de estudos, Vasco Rosa da Silva fixa
a transcrição paleográfica anotada da Memória Paroquial de Ourém, de
1758, e Luís Batista escreve sobre o clero da igreja da Atalaia desde
1544, enquanto Marco António Andrade aborda, na secção de arqueologia,
as placas votivas da necrópole neolítica de Lapas. Por último, em jeito
de homenagem, surge um texto póstumo de Joaquim Rodrigues Bicho sobre a
produção literária local nas últimas décadas.
De recordar que a revista "Nova Augusta" foi fundada em 1962, tendo
nessa altura sido editados apenas dois números. A revista só voltaria a
ser publicada em 1981, terminando esta segunda fase em 1984. A partir
de 1991 a sua edição foi quase ininterrupta, com apenas um hiato de dois
anos. É hoje uma publicação inteiramente vocacionada para os estudos
locais, nomeadamente, nas áreas da história, geografia, arqueologia,
etnografia e património do concelho de Torres Novas.