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Abrantes - Ana Margarida de Carvalho está "Entre nós e as palavras..." esta quinta-feira


A escritora Ana Margarida de Carvalho é a convidada da próxima sessão de "Entre Nós e as Palavras...", que terá lugar na Biblioteca Municipal António Botto, em Abrantes, esta quinta-feira, 23 de fevereiro, pelas 21h30.

A apresentação inicial do livro "Não se pode morar nos olhos de um gato" estará a cargo de Margarida Serôdio. 

Ana Margarida de Carvalho foi vencedora do Grande Prémio de Romance e Novela APE com o romance de estreia, "Que Importa a Fúria do Mar", publicado em 2013, pela Teorema. Em 2016 publicou na mesma editora o romance "Não se Pode Morar nos Olhos de Um Gato". Além de, com apenas dois títulos, se ter firmado como um dos nomes mais seguros da ficção portuguesa, ao longo dos anos assinou reportagens que lhe valeram sete dos mais prestigiados prémios do jornalismo português, entre os quais o Prémio Gazeta Revelação do Clube de Jornalistas de Lisboa, do Clube de Jornalistas do Porto ou da Casa de Imprensa.

Filha do também escritor Mário de Carvalho, Ana Margarida exerceu a atividade jornalística noutras publicações como a revista "Ler", o "Jornal de Letras" ou a "Marie Claire", e colaborou ainda com Visão e SIC.

Sinopse de "Não se pode morar nos olhos de um gato":

Em finais do século XIX, já depois da abolição da escravatura, um tumbeiro clandestino naufraga ao largo do Brasil. Um grupo de náufragos atinge uma praia intermitente, que desaparece na maré cheia: um capataz, um escravo, um mísero criado, um padre, um estudante, uma fidalga e sua filha, um menino pretinho ainda a dar os primeiros passos...

Todos são vencedores na morte, perdedores na vida. O mar, ao contrário dos seus antecedentes quotidianos, dá-lhes agora uma segunda oportunidade, duas vezes por noite, duas vezes por dia. Ao contrário do que pensam, não estão sós naquele cárcere, com os penhascos enquanto sentinelas, cercados de infinitos, entre o céu e o oceano. Trazem com eles todos os seus remorsos, todos os seus fantasmas. E mais difícil do que fazerem-se ao mar ou escalarem precipícios será ultrapassarem os preconceitos: os de raça, os de classe social, os de género, os de credo. Para sobreviverem, terão de se transformar num monstro funcional com muitos braços e muitas cabeças; serão tanto mais deuses de si próprios quanto mais se tornarem humanos e conseguirem um estado de graça a que poucos terão acesso: a capacidade de se colocarem na pele do outro.