"Margem", o novo espectáculo de Victor Hugo Pontes, partiu de um pedido de Madalena Wallenstein, directora da Fábrica das Artes do Centro Cultural de Belém, para que o coreógrafo adaptasse os
Capitães da Areia, romance de Jorge Amado sobre um bando de miúdos de rua de Salvador da Bahia. A esse pedido, Victor Hugo Pontes contrapôs um espectáculo que partisse dos
Capitães da Areia para interrogar em quem terão reencarnado, aqui e agora. Foi encontrá-los, neste Portugal de início do século XX, em duas instituições de acolhimento para menores em risco, a Casa Pia, em Lisboa, e o Instituto Profissional do Terço, no Porto, onde decorreu parte inestimável do processo de criação de "Margem". A peça é apresentada este sábado, 19 de maio, no Teatro Virgínia, em Torres Novas.
Numa ideia de teatro documental, este projeto é alicerçado num trabalho junto de jovens que foram privados do ensino, da alimentação, de carinho, de um pai, de uma mãe, jovens que cometeram crimes, jovens que partiram em défice ou que se viram em défice por razões que muitas vezes lhes são alheias. Jovens e crianças que, não obstante, continuam a lutar pela sua liberdade e, nalguns casos, para inverter o tabuleiro do jogo – o tal onde, lado a lado, na casa de partida, já éramos diferentes uns dos outros, como uma fatalidade.
O espetáculo, com início marcado para as 21h30, tem a duração de 80 minutos e é dirigido a maiores de 12 anos.
Os bilhetes têm o custo de 7,5€ e podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Virgínia ou em
www.bol.pt.
