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Constância - Dia Mundial da Criança celebrado com «Brincadeiras de Outros Tempos»

Em tempo de pandemia o Museu dos Rios e das Artes Marítimas, em Constância, continua a adaptar as suas atividades a esta nova realidade, promovendo eventos de modo virtual. Assim, na próxima segunda-feira, 1 de junho, o Museu vai celebrar o Dia Mundial da Criança com a dinamização da atividade "Brincadeiras de Outros Tempos", um dia que também ficará marcado pela reabertura deste espaço cultural do concelho.

Prosseguindo a sua estratégia de salvaguarda do património cultural imaterial, o Museu lança esta atividade cujo objetivo é, além de assinalar o Dia Mundial da Criança, recolher memórias de infância, principalmente de brincadeiras antigas e modos de construção de brinquedos. Para participar, devem os interessados, a partir de 1 de junho, enviar um pequeno texto para o email museu.rios@cm-constancia.pt , descrevendo a(s) sua(s) memória(s) de infância, ou contactar diretamente o Museu.


Resultado de algumas recolhas já efetuadas, o Museu divulga uma memória de Fernando Rodrigues, sobre a forma de "apanhar grilos e fazer gaiolas".

“Antigamente, não havia dinheiro para comprar brinquedos”, recorda Fernando Rodrigues, de Constância, cabendo às crianças a missão de criarem os seus brinquedos com materiais que se encontravam no campo. É o caso das canas verdes que, nesta altura do ano, cresciam em qualquer lado e permitiam fazer muitos brinquedos que divertiam a criançada, com a ajuda de um cordel e de uma navalhinha, que todos traziam no bolso».

Como referiu Fernando Rodrigues, “assim que começavam a aparecer os malmequeres no campo, era altura de ir aos grilos.” E em grupos, as crianças dirigiam-se para a estrada do campo ou para a charneca, onde, devagarinho e seguindo o cantar do grilo, descobriam o seu buraco. Depois, e recorrendo a uma palhinha que se enfiava no buraco, faziam cócegas no grilo, obrigando-o a sair, mas, quando isso não acontecia, alguém fazia xixi para o buraco, forçando o grilo a abandonar a sua toca, para não morrer afogado. Apanhado com as mãos postas em concha, para não fugir, o grilo era colocado numa gaiola de cana, construída previamente, e levava-se para casa, onde era alimentado com serralhas. E aí permanecia sempre a cantar, fazendo as delícias de pequenos e graúdos…