Torres Novas - Programa de atividades no âmbito da exposição «As Mulheres de Maria Lamas» no Museu Municipal

O Museu Municipal Carlos Reis, em Torres Novas, promove ao longo dos próximos meses um conjunto de atividades paralelas no âmbito da exposição «As Mulheres de Maria Lamas», que está patente naquele espaço até 6 de outubro. 

Do programa fazem parte sessões em torno de filmes, escuta coletiva de áudio-documento, a apresentação de um livro e uma performance. Todas as atividades são de participação gratuita, mas de inscrição prévia através do email agenda.museu@cm-torresnovas.pt ou do telefone 249 812 535.

Programa:

26 de março, 2 e 9 de abril • 15h [quartas-feiras]
"Um nome para o que sou", filme (Portugal, 2020) de Marta Pessoa com Susana Moreira Marques
[sessão descontraída, público geral, 84min]
Entre os anos de 1947 e 1949, a escritora Maria Lamas percorreu o país para dar a conhecer a realidade em que viviam as mulheres portuguesas. O resultado deste périplo foi o livro As Mulheres do Meu País. Passados mais de 70 anos, a realizadora Marta Pessoa e a escritora Susana Moreira Marques procuram compreender que livro é este e o que nos pode dizer hoje. Para isso, partem a retraçar o percurso que Maria Lamas terá feito para a elaboração do livro. Descobrem lugares e pessoas. Lugares que mudaram e outros que permanecem iguais, gente que ainda é viva ou que já só vive na memória. Por todo o lado, traços da passagem de Maria Lamas há tantos anos.


29 de março • 17h [sábado]
"Quase da Família", escuta coletiva de áudio-documento da Fumaça [público geral, 120 min]
"Quase da Família" é uma série áudio-documental de quatro episódios sobre a história do trabalho doméstico e o movimento sindical de um grupo de trabalhadoras, antes e após o 25 de Abril. Uma história sobre as mulheres que limpam e cuidam do mundo. É uma adaptação jornalística para podcast da peça de teatro Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa, criada pela estrutura de criação artística Cassandra. Nesta escuta coletiva, o Museu Municipal Carlos Reis e o podcast de jornalismo de investigação Fumaça convidam o público a ouvir o primeiro episódio desta série: As Criadas. A escuta é partilhada e imersiva, com auscultadores, seguindo-se um momento de conversa com a equipa do podcast.

7 de maio • 15h [quarta-feira]
"Mulheres do meu país", filme (Portugal, 2022), de Raquel Freire [sessão descontraída, público geral, 114 min]
Vamos celebrar os múltiplos retratos de mulheres que fazem este país avançar todos os dias. Através da voz de cada uma destas mulheres conhecemos a riqueza das experiências vividas, que, juntas, nos dão um legado de confiança, justiça, perseverança, respeito e liberdade. São 14 histórias cruzadas, sobrepostas, contrastadas e colocadas em diálogo, são 14 testemunhos de vida, de resistência, de dignidade, que nos emocionam, interpelam, que ora nos provocam gargalhadas ora nos fazem engolir em seco. Em cada mulher, uma história onde se cruzam múltiplas opressões, em cada sujeito uma singularidade que é também a síntese de múltiplas determinações sociais. No seu conjunto, um retrato do país, das estruturas, das desigualdades, mas também da inteligência, da coragem, da emancipação, da luta pela felicidade.

7 de junho • 16h [sábado]
"Maria Lamas, Amor, Paz e Liberdade", apresentação do livro de Mafalda Brito e Rui Pedro Lourenço, Editora Barca do Inferno
Maria Lamas vive a Revolução dos Cravos com a alegria de uma criança. Na verdade, foi adulta ainda menina, mas sempre menina enquanto adulta. Guardou dentro de si uma curiosidade gigante, a felicidade das coisas simples e a vontade apaixonada: por uma ideia, por uma pessoa, por um sonho, pela vida.

14 de junho • 16h [sábado]
"E um abraço com espaço dentro", uma carta coreográfica para Maria Lamas, de Susana Gaspar [performance, 60 min, sob inscrição]
E um abraço com espaço dentro é uma carta, em forma de coreografia, em espaço museológico, para Maria Lamas. Maria Lamas escrevia muitas cartas, nos anos em que esteve exilada em França, e assinava sempre com “um abraço apertadinho”. Com esta ocupação de um museu, Susana Domingos Gaspar, traça, através do som e da presença física de uma mulher, uma mensagem política que procura continuar, no tempo e no espaço, a luta de Maria Lamas e de todas as suas amigas.

De recordar que a exposição «As Mulheres de Maria Lamas», uma mostra do trabalho fotográfico de Maria Lamas realizado durante o périplo que fez pelo país para a produção do livro «As Mulheres do Meu País», em 1947, conta com a curadoria de Jorge Calado, que, de certo modo, replica em Torres Novas o projeto expositivo apresentado no ano passado na Fundação Calouste Gulbenkian.

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